Maio 2, 2025
A crescente exigência por práticas sustentáveis e regulamentações como a EUDR (Regulamentação Europeia sobre o Desflorestamento) estão a redefinir a forma como as empresas gerem as suas cadeias de abastecimento. A sustentabilidade deixou de ser um conceito opcional e passou a ser um pilar estratégico para empresas que querem manter a sua competitividade no mercado global.
Para entender melhor os desafios e oportunidades deste novo cenário, conversámos com especialistas em sustentabilidade, compliance ESG e tecnologia aplicada à rastreabilidade. O objetivo é esclarecer como as empresas podem preparar-se para as exigências futuras e como a tecnologia pode ser uma aliada na jornada para a conformidade ambiental.
Entrevistados
🎙️ Filipe Silva – Susteinability Expert, valantic
🎙️ Pedro Correia – Susteinability Expert, valantic
1. Como vêem a evolução do compliance ESG nos próximos anos?
Filipe Silva: “Nos últimos anos, assistimos a um crescimento exponencial das exigências regulatórias. Acredito que esta tendência se intensificará, forçando as empresas a adotarem sistemas mais robustos para monitorizar a sustentabilidade das suas operações. O ESG não será apenas um diferencial competitivo, mas um requisito obrigatório para operar em mercados como a União Europeia.”
Pedro Correia: “A conformidade ESG vai além do cumprimento de normas como a EUDR. Cada vez mais investidores e consumidores exigem que as empresas adotem práticas transparentes e sustentáveis. Empresas que se antecipam a estas mudanças terão uma vantagem significativa.”
2. Quais são os principais desafios para as empresas na implementação de práticas sustentáveis?
Pedro Correia: “O grande desafio está na rastreabilidade. Muitas empresas dependem de cadeias de abastecimento longas e complexas, onde a origem das matérias-primas nem sempre é clara. Sem tecnologia adequada, garantir que um produto não está associado à desflorestação ou exploração ambiental torna-se extremamente difícil.”
Filipe Silva: “Outro grande obstáculo é a resistência dos fornecedores. Muitas vezes, os produtores de matérias-primas não têm os recursos necessários para implementar os processos exigidos. O apoio e a capacitação desses parceiros será essencial.”
3. Qual o papel da tecnologia na rastreabilidade e conformidade ESG?
Filipe Silva: “A tecnologia será o grande pilar do compliance ESG. Ferramentas como blockchain, inteligência artificial e plataformas de rastreabilidade digital já estão a transformar a forma como monitorizamos as cadeias de fornecimento. O SAP Green Token, por exemplo, permite criar um registo seguro e imutável da origem das matérias-primas, garantindo transparência e conformidade com regulamentos como a EUDR.”
Pedro Correia: “O blockchain, em particular, elimina o risco de fraude ao garantir que os dados registados não podem ser manipulados. Esta inovação vai tornar os processos de auditoria e certificação muito mais eficientes.”
4. Quais são os benefícios estratégicos para as empresas que adotam ESG de forma proativa?
Filipe Silva: “Empresas que investem em ESG ganham uma vantagem competitiva significativa. Além de reduzirem riscos legais e financeiros, conseguem atrair mais investidores, melhorar a reputação e fortalecer a relação com os consumidores. O ESG já é um fator decisivo nas escolhas dos clientes e continuará a ser cada vez mais importante.”
Pedro Correia: “Além disso, há um impacto positivo na eficiência operacional. A rastreabilidade e a transparência ajudam a reduzir desperdícios e a otimizar processos, o que gera poupanças consideráveis no longo prazo.”
A conformidade ESG e a rastreabilidade são mais do que uma tendência – são uma necessidade para empresas que querem continuar a operar em mercados globais. A tecnologia tem um papel fundamental na automatização e credibilização do processo, permitindo que as empresas cumpram regulamentações como a EUDR de forma eficaz.
Na valantic, ajudamos empresas a implementar soluções tecnológicas que garantem sustentabilidade, compliance e rastreabilidade digital. Quer saber como preparar a sua empresa para o futuro do ESG?